terça-feira, agosto 01, 2006

Morbidez

(ou "Não chore pelo corpo que cai")

Adormecida pela conformidade e aprisionada pelo cotidiano, mora em si uma força incontrolável. Cárcere revoltoso do mesmo acordar e dormir para acordar e querer dormir, sorrisos que dão e pedem atenção, um choro com hora marcada para lembrar que o que é bom demais é enfadonho (mesmo que essa explicação pareça um desdém descarado diante de frustração universal, incorporado naturalmente à explicação de adversidades inexplicáveis), dos carinhos que nos fazem lembrar que somos pele, carne, osso e puro despreparo.

Se essa força aprisionada se libertar aos poucos e assim o mantiver vivo, não julgue sua natureza - é a vida, é a vida! Mas se ela não se agüentar e resolver voar sem prumo e levar consigo seu corpo, e ele saltar, não o condene suicida - apenas mais uma vítima da gravidade.

2 comentários:

Anônimo disse...

huashusahuashuas
'apenas uma vítima da gravidade'

frase ótima!

*espero que você não seja uma vítima fatal da gravidade. no máximo um tombozinho de 1,70 [sua altura?]

Anônimo disse...

Ola passando pra dar uma espiadinha em seu blog e oferecer a vc o award estação do Lua em poemas com muito carinho.
Adorei o Nauseas e lágrimas, me vi la atras criança ainda com meus 13 anos e me achava adultas o suficiente para namorar , como o tempo passa, como é bom recordar aquele tempo de criança feliz, amando ,de maos dadas no parque, no cinema , no roubo do beijo.Puxa eu era feliz ... sera que sabia?
Adorei seu blog um conteudo barbaro ..Parabens volto mais vezes..
Bjs e um bom domingo