quarta-feira, novembro 29, 2006

Estéril

Depois de tudo, o esgotamento. Difícil acreditar estar tão exaurida por ser simplesmente... humana. Plantar, cultivar, cuidar: falando de humanidade, deveria excluir a pá e a enxada que minhas mãos incrédulas carregam no enterro dos meus desejos mais profundos.

Os pés descalços na terra molhada não são lembranças, não são infâncias. Contemplam todas as árvores infrutíferas as quais cultivei com tanto carinho, todas elas fadadas à morte. Exaurida, já disse. Por si mesmas nunca puderam fazer muito mais que aprofundar as raízes. Por mim, valeram o peso de sua existência - e isso não basta.

Os ombros fortes e queimados do sol poente partem em busca de outras terras. Terras de abacateiros e jabuticabeiras. Terras menos hostis. Terras...