quarta-feira, dezembro 13, 2006

Solilóquios IV

(...) Sei que não escreve pra mim. Sei? Queria que escrevesse. Não, não queria. A certeza de que rondo seus pensamentos enquanto escreve não nos traria soluções. Não me traria soluções. A certeza não diminuiria a necessidade de obnubilar... Queria a certeza por vaidade mainha de todos os homens.

Mas não escreve pra mim, meu bem, não é? Diga, deixe claro de uma vez. Das dores, essa seria a menor: uma outra certeza, mais egoísta, de que qualquer dor em si causada não foi por esta humilda amante. Esta pretensiosa amante. Quanta pretensão pensar que você pensa em mim, mal cabe em minha pessoa!

Certezas, certezas... É certo que nenhuma das certezas faria todas essas distâncias menores ou daria fim ao silêncio interminável. Nem a certeza, nem o comentário bobo suspenso no receio.

Meu desejo não faria o seu maior. Não faria o seu sequer existir.

2 comentários:

Unknown disse...

Muito bom...

Anônimo disse...

sua, sua... obnubilada!

[adoooro essa palavra. e ficou bonita no seu texto!]

desculpe, sem concentração suficiente para refletir sobre o texto, estou analisando apenas a estética do texto. gostei! como sempre, hihihihihi [menos qndo vc escreve poesia, pq num gosto dessa enterização toda. huhu]

;o)