quarta-feira, julho 09, 2008

Solilóquios VI

(...) senti uma súbita falta da existência despretensiosa, um mundo de sutilezas e eufemismos onde as palavras nada tocam além de si próprias; existem por sua própria leveza e graça, sem dizer respeito aos sentimentos que assolam a humanidade (essa pandemia irrevogável). À palavra o que lhe é própria: a pressão nos lábios, língua nos dentes, vibrações no céu da boca, e a certeza de que elas não tocam recantos profundos do outro a não ser através de insondáveis ecos. Ao sentimento o que é sentido: sinta, e eu não falo.

2 comentários:

Guilherme D. disse...

Sim, adoramos amarrar o mundo para entender-lo melhor, para nos sentirmos mais seguros...
De fato, era preciso que nossas palavras tivessem menos pretensão, mais sentido e menos significado.

deLira disse...

o problema é qndo as palavras são ditas apenas pq precisam ser ditas.
maquinamente.

é qndo se escuta um eu t amo, ou um eu t adoro falso q sabemos q nao preciamos d palavras..