quarta-feira, janeiro 02, 2008

O Amor dos Tempos do Cólera

Descia as escadas do cinema, com dificuldade. Os passos incertos e os braços flácidos mostravam a avançada idade. Sob o coque asseado, branco e lustroso como os lençóis de cetim da sua lua-de-mel, estava sua nuca lisa. Lisa, aveludada, com algumas sardas e incrivelmente jovem. Pergunto-me quantos amantes não quereriam, agora, contar todas as sardas da sua nuca e beijá-la com fervor adolescente e paciência experiente. Um punhado. Talvez um deles a admirasse há anos, admiração que o tempo não apagou, e sonha há anos com sua nuca. Talvez nunca tenha dito a ela pois pensa que é demência não esquecer uma nuca. Com certeza teremos algo em nós que nunca será esquecido, algo que carregue um frenesi adolescente para sempre.

E é nauseante, no frenesi adolescente de hoje, perceber que não nos falta tempo para amar.

5 comentários:

Arthur Ribeiro disse...

você sabe um bocado das coisas...
mesmo sem saber...
hmmm. sem sentido?
talvez eu que não saiba, né?
;)

ótimo texto, dona lu!

Arthur Ribeiro disse...

keep writing,
johnnie (Lu) writer!

Arthur Ribeiro disse...

...o que não vale é encher o blog com post de "tum" só pra dizer que postou horrooooores em 2008.
danadcheeeenha
^^

Lívia Aguiar disse...

aaaah


me disseram péssimas coisas do filme. o que achaste?



^^
amar é bom quando a gente não se sabota..

joker disse...

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