quinta-feira, outubro 19, 2006

Dona

Queria ser dona.
Nada imbuído de sentimentos totalitários, nem consumistas. Não sou uma colecionadora, e se fosse, não emolduraria meu objeto de desejo. Manteria ao meu lado, sempre, gastaria... e renovaria. Seria profundo, e não vil. Nem vão.
Queria ser dona do amor que ele exala.
Nada relacionado ao sentimento de propriedade, necessariamente. Seria uma garantia. Tanta paixão e tanta incerteza! Quer algo mais certo que contratos? Algo mais chato? Queria ser dona ainda assim.
Queria ser sua dona.
Não um título. Não queria ser venerada, posta em um pedestal. Queria que não fosse um colecionador. Queria deixar livre, sem medo de não voltar. Garantias, garantias!... Garantias, certificados, contratos, cláusulas, subcláusulas, entrelinhas...

Queria que não fosse um amor...