terça-feira, agosto 09, 2005

Standby


Senta se afasta outros sentam levanta anda para um lado e para o outro fura o chão 'não é meu ônibus' são seis e meia '4111 de novo?' anda para um lado anda para o outro fura o chão senta e se afasta. O momento flui e se esvai.

Onde estariam os pensamentos? Feriando talvez ("esperando o trem"). Tenho pressa, quero chegar em casa, fazer o que deve ser feito, o trivial pesa nas costas já plúmbeas ("esperando o sol"). Quero me divertir até o amanhecer, dormir é o possível.

Há muito espero esse trem, e ele passa, por que não o alcanço? A pé a esta hora é um perigo. Vidas inteiras se passam e inúmeros 4111, quando chegará minha vez? Espero os dias na ânsia de terminá-los, esperando um dia que eu não queira que ele termine ("no desespero de esperar demais" quero voltar atrás - mas o trem não percorre tais vias).

Sento, afasto-me da moça sentada ao meu lado, a proximidade me incomoda. Às vezes sonho que acredito em um deus e que, se a areia cai na ampulheta, é ingênua ilusão de ótica. Surreal.Mas há somente a espera do fim do dia, a espera do dia sem fim ("esperando a festa, esperando a sorte, esperando a morte, esperando o norte"), do surreal. A espera do tempo precioso que não queria gastar, onde encontro uma pedra para atirar no quinquagésimo segundo 4111?

("Esperando enfim, nada mais além. Esperança aflita, bendita, infinita do apito do trem")

Se viver é aproximar-se cada vez mais da morte, acabo por querer suicidar-me um pouco por dia.



P.S.: http://chico-buarque.letras.terra.com.br/letras/45160/

6 comentários:

Anônimo disse...

Luísa,

realmente vc escreve coisas loucas. E só! Coisas loucas, sim. Mas coisas loucas que falam não só sobre você, mas sobre algo universal. Eu acho. Tá certo, eu não espero o teu ônibus, mas essa história de esperar, ficar esperando, tendo esperança de parar de esperar... bem, pelo menos com isso eu me identifico o bastante pra ter achado no teu testículo (?. ahahhah) algo que também me pertença... (por favor, sem duplo sentido hehehe).

Mas vou parar por aqui que tenho questões de carater filosófico a me chamar... tais como ler aquele maldito livro do Carlucci (ou seria do Emile Zolá (?) ou mesmo da minha tia que o emprestou-me (?) ... noss... usei esse pronome da maneira correta - como a mary pediu hehehe) ou pra fazer aquele dever do Júlio (ou seria meu (?) ou... ah! vc entendeu...)...

té mais... braçaum
ah! vaum ve se oc sab qm ta escrevenu isso hehehehe...

Anônimo disse...

uaaaá!

morte e vida severina. ônibus. trem. posso ir também?

texto meu saiu no e-zine¹ da comunicação *q vergonha!*

ihihihi, adorei o caminho alternativo pros meus blogs!!

¹e-zine: jornalzinho feito pelos alunos de comunicação para os alunos de comunicação, mandado por e-mail

Anônimo disse...

Há que se respeitar o momento alheio da ausência de si, mas qto a mim, sinto que qto mais os dias se vão + perto estou de onde quero estar! Mil beijos

Anônimo disse...

um cotidiano nada cotidiano...
acho q não há nada melhor pra se pensar do q esperar os malditos (goddamn, motherfuckin') ônibus...

qdo eu tinha 16 eu não escrevia absolutamente nada, hahah... acho q ainda não escrevo nada q preste, mas enfim...

bjos, moça linda...

Anônimo disse...

nananananannnn!
yay! XD~
*pensando* poxa não sei o q escrever...u.u´ mas ninguem merece ficar esperando onibus, naaaaum! principalmente o 5102 q nunca aparece! (vc sabe por experiencia propria! lembra? sabado... a noite... na frente do motel vc eo Luan! XDDDD~ naum esperaram uma eternidade?)
e para onde vai o 4111?

e.... poh o Rafael eh mto sem noção! XD *vendo o comment dele* XDD

bjuus moça!

Anônimo disse...

4111 é meu onibus =/
amei a frase nu final
bjus